O Eu
Minha mente mente,
E me chama de covarde,
Nem precisa entorpecente,
Pra entrar nessa viagem,
Cria monstros traiçoeiros,
Que só fazem sabotagem,
E quando olho no espelho,
Desconheço a imagem.
Cabelos brancos,
Olhos fundos,
Rugas que servem de drenagem.
Quando a lágrima escorre,
Inunda,
E por onde passa, invade,
Tenho dor e desespero,
Que corroem a engrenagem,
E me escondo aqui dentro,
Nesse corpo,
Camuflagem.
Quando deito no travesseiro,
O que vejo,
São passagens.
Foram erros cometidos,
Que me cobram,
Em chantagens.
O eu que esconde o eu,
Me machuca,
Sem piedade.
Dores que me enfraquece,
Entristece,
Dor da idade.
Há uma luz no fim do túnel,
É fogueira,
Da vaidade.
Faísca, inflama tudo,
Vou lutando,
Transformando a realidade.
Correntes que me limitam,
Eu as quebro,
Com a coragem,
Essência quase esquecida,
Propósito de vida,
E sobre o eu,
Assim levo vantagem.