O Eu

Minha mente mente,

E me chama de covarde,

Nem precisa entorpecente,

Pra entrar nessa viagem,

Cria monstros traiçoeiros,

Que só fazem sabotagem,

E quando olho no espelho,

Desconheço a imagem.

Cabelos brancos,

Olhos fundos,

Rugas que servem de drenagem.

Quando a lágrima escorre,

Inunda,

E por onde passa, invade,

Tenho dor e desespero,

Que corroem a engrenagem,

E me escondo aqui dentro,

Nesse corpo,

Camuflagem.

Quando deito no travesseiro,

O que vejo,

São passagens.

Foram erros cometidos,

Que me cobram,

Em chantagens.

O eu que esconde o eu,

Me machuca,

Sem piedade.

Dores que me enfraquece,

Entristece,

Dor da idade.

Há uma luz no fim do túnel,

É fogueira,

Da vaidade.

Faísca, inflama tudo,

Vou lutando,

Transformando a realidade.

Correntes que me limitam,

Eu as quebro,

Com a coragem,

Essência quase esquecida,

Propósito de vida,

E sobre o eu,

Assim levo vantagem.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 25/03/2021
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