O Tempo e o Esquecimento

Mente desavisada,

Se esquece de repente,

Sem controle,

Não quer nada,

Nem o que está em sua frente.

À deriva em pensamentos,

Timoneiro está ausente,

Circunda o cérebro,

Cansa,

Não atraca,

Porto longe,

Descrente.

Lembranças que se perderam,

Dentro de um denso nevoeiro,

Futuro?

O que desejo?

Lampejos de sanidade,

Algo que perto não vejo.

Devo estar com uns 80,

Pela aparência,

Eu creio,

Mas podemos jogar bola,

Quando der a hora do recreio.

Minhas pernas não obedecem,

Mente vive em devaneio,

Tempo não escutou minhas preces,

Me despertou com o esquecimento.

Lembro de canções esquecidas,

Mas nada atual vida,

Me sinto jovem,

Mas as dores limitam,

Dança comigo querida?

Baila a valsa que não finda,

Eu aqui,

Você do outro lado da vida.

Aos filhos que não me lembro,

Uma breve despedida,

Fui cantar em outros palcos,

Lembrar de coisas esquecidas,

Me presenteia a natureza,

Com o tempo em que eu vivia.

Minha mente virá pó,

Deus me guarde das obrigações,

Invalido perante ao mundo,

Rei de minha própria ilusão.