Meu Viver

Tenho listas cheias de intenções

Sejam elas mundanas ou bentas

Fonte inesgotável de idealizações

Pois realizo uma e vêm duzentas

Impossível saciar a sofreguidão

Se só tenho duas mãos e dois pés

Um par de olhos e um coração

Ávidos por todo o saber que vier

Às vezes largo uma por terminar

Afinal o relógio avança correndo

Desastrada e sempre a sonhar

Derrubo a jarra do conhecimento

Minhas listas são árvores frondosas

É pinheiro de Natal com presentes

E eu, uma incurável criança curiosa

Atrás de peripécias surpreendentes

Apesar de saber que a vida é sucinta

E que acelerar demais não adianta

Verei a arte com as mais belas tintas

E farei brotar as mais belas plantas.