Pedra

Areia, cimento e cal,

Tijolo, vergalhão e pedra,

Levantam um arranha céu,

Quanto mais alto,

Pior a queda.

Sólidos são os valores,

A base que te preserva,

Construção feita em areia,

Não ficará pedra sobre pedra.

A pedra invade o asfalto,

Por entre becos, vielas,

Transforma centros urbanos

Em "The walking dead",

Da Cinderela.

Higienização urbana,

Polícia de sentinela,

E o poder assiste a tudo,

Vibrando de sua janela.

Joguetes, somos joguinhos,

Daqueles que move pedras,

Peão que protege o rei,

Não tem escolha,

É morte certa.

Se é pra morrer, como a rainha,

Monto em cavalo sem sela,

Galopa até a torre,

E do seu bispo, roubo as moedas,

Do rei, vísceras e moedas.

Pedrada sem mira acerta,

Não o alvo,

Alguma janela,

Há risco se esta aberta,

Pode atingir alguma testa,

Dessa gente que não presta,

Ou que se escondendo da guerra,

Desertor aqui se ferra,

Quando há risco, olha por frestas,

Acabou? "Vou fazer festa",

Se escondeu,

Quer os louros,

Terá panelas.

Hoje tem tanta gente pobre,

Que se diz da quebrada,

Emergiu da favela,

O coitado juntou grana,

E virou a cara pra ela,

Vive em isolamento,

Vez enquanto fala dela,

Doa algumas cestas básicas,

Ama elos,

Recita salmos,

Humilha o pobre,

Ou a ricos dá palestras,

Conhecedor de vida dura,

Exploram o que extraem dela,

Hoje a vida é calmaria,

Quem ficou lute por ela.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 17/03/2021
Código do texto: T7209167
Classificação de conteúdo: seguro