ANSIEDADE

Não tenho pressa na vida

Pois não termina em velório

Minha ansiedade

Lembranças de meu futuro

Arranco meu suspensório

E a castidade

Eu já perdi meu juízo

Meu corpo é só acessório

Na eternidade

Não tenho medo do vírus

Já registrei no cartório

Minha imunidade

Queria mais que o destino chegasse

Na hora exata da dor e afogasse

A minha mágoa do mundo e eu chorasse

Que o infinito então se emergisse

Força dos versos que o chão estremece

A cor do rosto que logo enrubesce

Ao perceber as mãos juntas na prece

Que o sofrimento, então, destruísse

Não tenho pressa ao velório

Pois continuo em vida

Na eternidade

Lembranças do suspensório

Que arranquei do futuro

Com a castidade

Já me perdi deste vírus

Meu corpo é pleno escritório

De imunidade

Eu registrei meu juízo

Como mais um acessório

Da ansiedade.

Efejota Brasil
Enviado por Efejota Brasil em 16/03/2021
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