Face escura da Lua
Finalmente era tarde, tão tarde...
Não apenas no cair da noite,
Mas para reconfortar o ego frágil,
Apagar aquela terrível mágoa.
E a incessante batida do relógio
Insistia em lembrar como o tempo
Escorria entre seus dedos entumecidos,
Esvaia em suas veias, por fim enrijecidas.
Ela perdera os anos, os sorrisos, as gentilezas
Em prol de seus discursos assertivos.
Trocara a doce amizade que a cuidara
Pela necessidade de estar correta em seu erro
Ela ainda ecoava a mesma lacônica vendeta
Desejando ardentemente sua pequena vingança.
Diminuía a uma fração de quem fora
Buscando a probidade de seu devaneio incessante
E era triste como estilava um veneno mortal
E morreria por ele mas havia o ponto vital:
Que importava?
Se o veneno também levasse sua presa, afinal.
Faço essa pequena prosa triste como um lembrete de como as concessões são necessárias a manutenção das amizades. E de como perdi uma amiga, que virou uma algoz... pelo simples fato de não ter concordado com ela. Em seu mundo, todos acabaram virando seus inimigos. Espero que um dia ela possa voltar a ser a doce pessoa que conheci.