Amo-te, vida!

Amo-te, ó vida!

E não porque eu não sofra

E não porque és fácil

Ou, por vezes, complicada

Amo-te por encontrar sentido - mesmo que não tenha sido desde sempre!

Em cada instante, em cada segundo, em cada respiração ofegante.

Amo-te, vida, porque és presente, és dádiva, és renúncia, e minha redenção.

Amo cada pedaço do meu ser imperfeito, que se faz vivo em tua eterna perfeição!

Amo ver, enxergar, tocar, sentir, sussurrar, murmurar, gritar (embora seja de dor - ou desespero!).

Amo-te, ó vida desencontrada em passos falsos, em passos largos

Que nem sempre me levam aos caminhos escolhidos.

Amo não saber o que havia antes do universo - ou multiversos!

Amo não me lembrar da dor do nascimento

Nem dos primeiros meses de minha existência!

Amo poder correr, sendo utilizando as pernas ou a imaginação!

E sentir o vento suave acariciando o meu rosto

Vento que sopra na direção certa, às vezes incompreendida.

Amo ajudar aos animais, aos ignorantes, aos desesperançosos.

Amo sentir que posso ser útil, e fazer uma vida menos sofrida.

Amo saber que não sei de nada - e que nunca saberei.

Amo não entender a realidade que me cerca

E não compreender por que ela funciona de modo disfuncional

Amo ser contrária à desumanidade, à maldade essencial, ao culto pelo mal.

Amo não seguir uma religião imposta

Ou um rito de passagem.

Amo-te por permitir que eu escolha

Que eu haja

Que eu faça

Que eu renasça

Mesmo que eu tenha que juntar os cacos de mim.

Amo-te por não conhecer os mistérios deste planeta

Nem de mim mesma.

Amo-te por não me enganar - não sempre!

Amo-te por me deixar livre, embora houvessem amarras físicas.

Amo o teu senso de humor

A tua tática de terror

O teu consolo indolor.

Amo-te por não saber o que o futuro é

Por não temer a morte

Por eu ter a ilusão de que sou forte.

Amo-te por cada palavra não dita, pela ferida maldita, pela carta não escrita.

Amo-te, ó vida, por não me dar permissão de te questionar

Amo-te por me mostrar que o amor vale a pena

E por sempre me dizer que o dinheiro não compra amizade

E nem felicidade!

Amo-te por me ensinar um pouco a cada dia

Por cuidar de mim, até nos momentos de dispersão.

Amo-te por estares sempre presente, até nos meus momentos de ausência.

Amo-te por tua grandeza, por tua simplicidade, por toda sinceridade.

Por tua postura, por tua conduta, por tua convicção.

Amo-te para todo o sempre porque estás comigo, em mim, plena, viva!

Amo-te porque és tudo,

Além da razão e da emoção,

Além da morte,

Vida!

Éryka Vasconcelos (Caruaru/PE)

Eryka Vasconcelos
Enviado por Eryka Vasconcelos em 07/03/2021
Reeditado em 07/03/2021
Código do texto: T7200835
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