Só me resta navegar
Como um barco à deriva, desamparada, insegura e aflita.
Como chegar à margem? Fazendo a travessia.
Olho à minha frente, neblina, ao fundo parece miragem, será que me falta coragem?
Não tenho as coordenadas, nem o outro que aponta a direção, está tudo confuso.
Se por acaso perder o rumo? Acho que perdi. Temo que às vezes perdemos as coisas para poder achar.
Como navegar no mar da vida sem afundar?
Remo contra a correnteza, no oceano da incerteza, desejo chegar ao outro lado, ainda assim estarei sossegado?
Em terra seca ou em águas revoltas, sigo sozinha velejando, às vezes sorrindo e outras chorando.
Tenho a sensação que algo está sempre para acontecer.
Agora o mar se acalmou, não durará muito tempo e voltará a se agitar.
Como as ondas, oscilo. Ainda não sei o que perturba todos os dias, preciso navegar para descobrir.
Desejo em um porto atracar, o que será que irei encontrar?
Sinceramente, não sei.
Por enquanto, só me resta navegar.