O lago
Sentado a suas margens
Fico em total silêncio
Como ele, calmo e presente
Olho no espelho refletido na superfície d'água
Vejo você, de cabelos soltos e sorridente
Meu coração estremece, como meus lábios
Quentes como antigamente
Não resisto
Tiro a roupa e mergulho bem fundo
Na esperança de te tocar novamente
A água é fria, como o meu mundo; solitário
Submerso te procuro em vão
Nada encontro; só uma correnteza extremamente fria
Volto à tona, ainda com esperança
De te encontrar neste mundo real
Misterioso, duro, cruel
Mas minha esperança se congela
Paralisada como a superfície deste lago
Que vive sem saída
Aceitando seus limites, imposto por suas margens
Feitas de pedras e terra firme.
Jaeder Wiler