Trafego Pela Marginal

Discorrer em versos a discordância da concordância verbal e nominal,

Esconder pronomes e sua possessividade na relatividade indefinida do conceito pessoal,

Desconjugar verbos,

Intransitáveis e intransitivos,

Na impessoalidade,

Onde a reflexão é arte,

Quebrando regras,

Sem a doutrinação da via expressa,

Com a juvenil delinquência de trafegar pela marginal.

A cultura que sobe os morros,

Invade a periferia,

Cai como chuva em sertões,

Dá ênfase e reconhecimento a um "Torto Arado",

Mostra que o preto pode,

Que a mulher pode ser livre e forte,

Que a opção sexual de cada um não determina valores, consequências ou sorte,

Que não há caminho único, saídas são construídas do sul ao norte.

A crítica tem medo por não ter sentido,

O poder sobretaxa pois o livro é temido,

Conhecimento passado, não pode ser esquecido,

Tentam matar a cultura, mas já é caso perdido,

E a norma culta e seus padrões são usados como artifício,

Para conter o avanço e determinar o que é permitido,

E buscar o controle, através da ignorância,

Ainda deixa resquícios,

Mas chegará o dia que o conhecimento fará o povo despertar de tudo isso,

E a injustiça terá um fim, extermínio.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 18/02/2021
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