Faixa de Gaza Tupiniquim
Quem mora no alto dizem que esta mais perto de Deus,
Mas vem o demônio querendo dominar,
E manda todos os seus,
Entram armado,
Deturpam a paz,
E tiram aquilo que é meu,
Do alto para baixo,
Sempre querendo mais.
Polícia nos mata,
No escuro, no breu,
Nossa cor é taxada,
Não é um dos seus.
Baixamos a cabeça,
Quem falou, morreu,
O medo é de cima,
De baixo ,
E de todos aqueles,
Que a alma vendeu.
E você que está em casa,
Nós julgando através da tevê,
Sobe aqui, vem para o alto,
Para nossa realidade ver,
Quem nasce aqui na favela,
Mal tem direito de escolha,
Morre de bala perdida,
Violência nos coloca em bolha.
A mesma televisão que nos vende,
Como ameaça a nação,
Nos oferta a noção de luxo,
E que todos podem ser o que eles são.
Ter um boné de aba reta,
Marca de play boy vacilão,
Ter um tênis da Nike,
Quando minha sola é o chão,
Ter a família sorrindo,
Pais, cachorro e irmãos,
E uma beca da hora,
Com um estilo "reizão''.
Ter a família desfeita,
Devido a exploração,
Que o sistema aplica,
Quando nos resta o caixão.
Aqui ninguém nos escuta,
Somos chamados ladrão,
Quando uma voz se ergue,
Já gera perseguição,
Realidade exposta,
O transformam vilão,
E encomendam a morte,
Imunidade não gera prisão.
Polícia, milícia,
Políticos, Tráfico, bala perdida,
Quem nos protege é a fé,
E as paredes erguidas,
É como se estivesse no meio,
Entre Israel e Palestina,
Faixa de Gaza tupiniquim,
Localizada em toda e qualquer periferia.