Alma.
Viro do avesso
e mergulho nas minhas paisagens...
Assim do avesso,
não sei fechar minhas mãos.
Assim do avesso, minha boca grande e aberta
é só uma porta fechada.
Solto meu nervo exposto,
e na dor, guardo minha pele acinzentada.
Cuido tudo isso sob um telhado de zinco.
Ah! Como eu amo a sinfonia do granizo numa noite errada!
Ou seria a noite mais certa de todas?
Não sei... Só sei que minto e minto mais sobre o que quero.
Na verdade, nem eu sei ao certo...
Qual pedaço quero?
Qual quero deixar?
Qual?
Tenho só a interface,
e eu a uso.
Piso na areia quente
ao meu redor e martelo meus abismos,
destruo meus ídolos, meus monstros de "pés de argila".
Cicatrizo minha inquietude, minhas saudades, minha inteligência aparente,
minha estupidez velada e uma vontade efetiva.
Expando todas as sementes que sobraram
ao vento da tempestade,
pois sou a tormenta de segunda à sexta
e sou calmaria no feriadão.
Sou todo contradição.