O HOMEM SABE QUE SABE!?!!! Homo sapiens, sapiens
Homo sapiens, sapiens – O homem sabe que sabe!
Ricardo De Benedictis
A criança quer saber.
Mas quem lhe vai ensinar?
Como a ela responder?
Quantos anos vão bastar?
- Vovô, quem foi que te deu
Tanto amor ao conhecimento?
A criança aguarda atenta...
- Meu netinho, seus avós
Tiveram aulas dos sois
E de todo o firmamento.
Mas nosso mundo é mais antigo,
Vivemos em roda de amigos
Ganhamos com seus amores,
Sofremos com suas dores!!
Todo o pouco que sabemos
E o pouco que nós temos
Veio através dos nossos pais,
E dos pais, dos nossos pais!!!
A criança insiste, intrigada:
- Vovó, por que vocês não explicam,
Como é que multiplicam,
Quem foi o seu professor!?
E a vovó, em seu bordado,
Olha o vovô ao seu lado
E sorri ao inocente!!!
Diz-lhe, então, que coisas tais,
Vinham dos seus ancestrais
Dos antanhos e milênios!
Muito antes dos essênios,
- Quem nos deu nossos talentos?
E o vovô, emocionado,
Voou por alguns segundos,
Reconheceu vários mundos
Em sua imaginação.
Viu que a criança aguardava
Sua resposta esperada
Que veio do coração.
Se tudo que acumulou
Veio mesmo dos seus pais,
Dos valores que herdou
Daquilo que eles trouxeram
Dos seus pais, então, vieram,
Todo o seu discernimento!
Voltou-se pra responder,
Passou por toda sua vida,
Do nascer ao envelhecer,
Os hábitos que aprendeu,
As aulas que recebeu
Desde a casa dos seus pais
Desde os atos de higiene
E como se alimentar,
Orações antes da ceia,
A hora do banho, o acordar,
Escovar dente, se arrumar!
Ir para a escola, aprender,
No outro horário, estudar...
A criança, embevecida
Ouvia enternecida,
E voltou a perguntar:
- Como aprender a saber?!
- No intervalo, jogar bola,
Trazer sonhos na sacola
Sonhar e tentar realizar!
Pois que A vida é bela
É como um filme na tela.
Sonhar e depois sonhar!
Não adiantam os atalhos,
Pulando de galho em galho...
O melhor mesmo é insistir
E nunca, jamais desistir!
Passar sempre adiante
Sem ter medo um só instante
Tudo aquilo que aprendeu
De cumprir, se prometeu!
Pois a vida vai passando,
Os ideais vão ficando
Se olharmos para trás.
A infância não volta mais.
Mirando sempre o futuro,
Andar lento no escuro,
Pra não cairmos, jamais!
Ao final, da sua fala
Os vovós foram pra sala
Com a criança e seus pais.
Foram sentar-se à mesa
A luz já estava acesa
Os papais a sussurrar...
Era hora do jantar!
Depois que acabou a ceia,
Por cerca de hora e meia
Conversavam e sorriam.
Alguns deles cochilavam
Acordavam, levantavam
Iam para o quarto e...dormiam.
Pois assim depois da prece
Dormem em paz e amanhece!
Despertam pra vida bela
E o Sol beijando a janela
Anuncia um novo dia.
Se renova a esperança
No olhar dessa criança:
Amor, beleza e alegria!