Eu escrevia na areia

Por tanto tempo eu escrevi
Na areia fria do rio
Onde todo dia ia
Buscar água para casa
E por lá me encantava
Juntamente com as amigas
Que também buscavam água
Com a mesma finalidade
No calor da caatinga
O rio é um oásis
Para todos do lugar
Um ponto sempre de encontro
Para as(os) jovens se encantar
Nesse rio tudo era belo
A magia lá reinava
Eu me sentava na areia
E escrevia meus versos
Que os chamava de pensamentos
E a todos (as) eu mostrava
Declamava com leveza
E depois tudo apagava
Essa nossa atividade
Era rotina matinal
Bem como também vespertina
Porque todo dia precisava
De ir no rio pegar água
E naquelas areias belas
Eu deixei eternos versos
Pensamentos do meu eu
Que voaram com o vento
E deles me esquecia
Logo que os apagava
Mas todo verso tem vida
Tão viva como minha alma
E fica inconsciente
Adormecido na gente
E eu lá fiz tantos versos
Para a todos encantar
Foi no tempo de infância
E também na adolescência
Quando me mostrei poeta
Mas eu mesma não sabia...
xxx
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 30.01.2021


 
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 30/01/2021
Código do texto: T7172436
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