Menino

E fecha os olhos,

Ouve a batida,

Desse coração.

A ilusão,

Que salta aos olhos,

Deixa perdido,

Quebra a atração.

Felicidade é o ter,

Ser da verdade,

Ao não.

Valores que se movimentam,

E preço, obsessão,

Vai gastar todo o seu dinheiro,

Em uma beca ostentação,

Não sobra ao fim do mês,

Para garantir sobrevivência,

E o pão.

Invade telas,

Cria escolas,

Falácias, mentiras,

Falsa proteção.

Enquanto há pobres,

Pedindo esmolas,

Liberar armas,

É a salvação.

Menino é pobre,

Vive em abrigo,

Feridas abertas,

A cada devolução.

Queima o pasto,

Derruba a cerca,

Para comer,

Estende a mão.

Cuidar dos feridos,

Enterrar os mortos,

Crendices insanas,

É salvação.

Não tem dinheiro,

E não tem vida,

Menino é vítima,

Só extorsão.

Menino é indígena,

É preto e pobre,

É maioria,

Da população.

É minoria em melhorias,

Ao "pai" que assume,

É exploração.

Menino é suor,

Que os sustenta,

E aos cosanguíneos,

Há exaltação.

Sustentação de riquezas,

Do poder hierárquico,

República monárquica da banana,

Bobo da corte,

Do rei lunático.

Menino trabalha por carência,

O "pai" exerce sua incompetência,

Exploração virou frequência,

Já está marcado na existência.

Defende o tutor com violência,

Se torna cego às exigências,

Vive em mentiras verídicas,

A cada entrega, soma de incoerências.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 21/01/2021
Código do texto: T7165365
Classificação de conteúdo: seguro