Menino
E fecha os olhos,
Ouve a batida,
Desse coração.
A ilusão,
Que salta aos olhos,
Deixa perdido,
Quebra a atração.
Felicidade é o ter,
Ser da verdade,
Ao não.
Valores que se movimentam,
E preço, obsessão,
Vai gastar todo o seu dinheiro,
Em uma beca ostentação,
Não sobra ao fim do mês,
Para garantir sobrevivência,
E o pão.
Invade telas,
Cria escolas,
Falácias, mentiras,
Falsa proteção.
Enquanto há pobres,
Pedindo esmolas,
Liberar armas,
É a salvação.
Menino é pobre,
Vive em abrigo,
Feridas abertas,
A cada devolução.
Queima o pasto,
Derruba a cerca,
Para comer,
Estende a mão.
Cuidar dos feridos,
Enterrar os mortos,
Crendices insanas,
É salvação.
Não tem dinheiro,
E não tem vida,
Menino é vítima,
Só extorsão.
Menino é indígena,
É preto e pobre,
É maioria,
Da população.
É minoria em melhorias,
Ao "pai" que assume,
É exploração.
Menino é suor,
Que os sustenta,
E aos cosanguíneos,
Há exaltação.
Sustentação de riquezas,
Do poder hierárquico,
República monárquica da banana,
Bobo da corte,
Do rei lunático.
Menino trabalha por carência,
O "pai" exerce sua incompetência,
Exploração virou frequência,
Já está marcado na existência.
Defende o tutor com violência,
Se torna cego às exigências,
Vive em mentiras verídicas,
A cada entrega, soma de incoerências.