A melhor idade
Não mais relutante
Sinto a dor percorrer minhas costas
Sinto a flacidez nos braços rendados
Sinto que o colágeno já diminuiu tanto
E os meus seios já não se sustentam mais
Nesse corpo fugaz
Não mais relutante
Aceito meu corpo por inteiro
Pois meu eu verdadeiro, não se pode enxergar.
Não mais relutante
Aceito-me permeada por recordações
Aceito a velhice, visita indesejada que me bate a porta
Aceito-me, simplesmente
Então, entre e vamos conversar
Conversas bobas que nos façam rir
Até que as marcas do tempo se desfaçam
Marcas de uma era que passou
Marcas da eternidade
Marcas da minha idade
Marcas de quem eu me tornei...
Alma vívida e vivida em um corpo mortal.