LEMBRADA
LEMBRADA
Não serei só um retrato na instante, tanto que ela não mais existe.
Nem serei foto desbotada, encaixotada
na gaveta guardada.
Estarei nas lembranças, de quem dei amor,
talvez de alguns que briguei
Dos filhos, que irão se lembrar, de quando falava em honradez.
De que amava a tempestade, abominava a crueldade, e por nada chorava
do meu deslumbre simplesmente, por um abraçou ou aperto de mão
No sorriso, na mente, de quem me viu amar
em bela transformar
Dos que dizem, quando crescer, quero ser igual a ela curtir a vida
Lembraram da minha ousadias, em escrever
ou da timidez de um real viver
Nas coisas que dei, bem antes de morrer no
meu bem querer, despetalado
No teu querer de me amar, no jardim todo misturado, coração saturado
De tanto amor, fracionado, lembrada nas redes de pano, social ou de crochê
Ah!! Os meus amores cheios de dores, de tantos ardores, se lembraram.
E pensarão, se mil vezes a encontrasse mil vezes, a amararia
Mesmo por um dia, um objeto, palavras: muito, E , eu rir com você
Serei lembrada por curiosidade, sem ter
idade, sentirão saudade.
Estarei na memória afetiva, mesmo de quem
nunca me tocou
ADELE PEREIRA
13/01/21