Lua adversa
Eu tenho fases como a lua
Mas tive medo de me olhar
E tenho um corpo, um Eu
Que tranquei na masmorra
Porque não queria enxergar
Que eu sou a saia, a bruxa, a gaia, a própria lua
Onde enterramos nosso feminino nesse corpo que só pesa?
O corpo não tem que pesar
O corpo é vida
O corpo é prazer
Amar, ser
Foi dessa forma que o mundo
Te permitiu ser
E você não viu que estava lá
Era a sua vida, mas você se ausentou dela
Como quem tira férias de si
E agora é hora de voltar
De libertar essa lua
De a própria história recontar
Porque o fluxo da consciência
Só anda para frente
Agora conheci a minha
E nela pretendo caminhar...