Não ousem me definir
Depois da minha morte vocês me definam. Antes, não tenham coragem.
Depois que nasci, perdi.
Embora não saiba do que tenho saudades.
Talvez não valha mesmo nada,
nenhum dia que amanheceu.
Nisso julgo eu ser, um pobre saco de carne ateu.
Quem disse isso foi eu,
morrendo de medo de mim.
Não sou infeliz.
Muito pouco vivi pra poder saber,
o que quer que isso diz.
Sou a fortuna de um Deus medíocre.
Devo admitir.
E veja bem, ninguém sabe o que isso faz de mim.
Não ousem me definir.