Tormenta

Com a alma enterrada,

A morte não leva quase nada,

Só o peso carregado,

De um corpo velho e cansado.

Onde rompeu a barreira da vida?

Quem apagou aquela luz de alegria?

Como de um dia para outro sumia?

Aquela chama que contagia.

Excesso de julgamento,

Vagar sem rumo,

Vai pra onde o vento sopra,

Sonhos dormentes cederam seu espaço,

Pesadelos latentes,

Aparecem de olhos abertos ou fechados.

Responsabilidade se torna heresia,

Quer mesa farta,

Conforto a família.

Deseja mais do que tem,

Consumo que te persegue,

Aprisiona com aquisição de um bem,

Travesseiro ao descanso não te guia.

Te enchem a mente de ansiedade,

Deixando a alma vazia,

O consumo é teu senhor,

E o trabalho te humilha,

Te entorpece com remédios,

E indicam terapia.

Boa vida na prática,

É manual de teorias,

Onde padrões te limitam,

E definem como ser vivida,

Valores são distorcidos,

O preço que determina.

O medo que aprisiona,

Coragem que o deixou,

Vontade foi afogada,

No mar de angústia e horror,

A tua pena foi dada,

Não recorreu,

Aceitou,

Mansidão não arbitrária,

Quase nada a ti sobrou.

Mas enquanto há vida, há tempo,

Mude o rumo a direção,

Se posicione contra o vento,

Lute pela embarcação.

Sempre haverá tormentas,

Enfrente,

Sem objeção,

Quem não encara,

Só lamenta,

E o destino,

É frustração.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 25/12/2020
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