Tormenta
Com a alma enterrada,
A morte não leva quase nada,
Só o peso carregado,
De um corpo velho e cansado.
Onde rompeu a barreira da vida?
Quem apagou aquela luz de alegria?
Como de um dia para outro sumia?
Aquela chama que contagia.
Excesso de julgamento,
Vagar sem rumo,
Vai pra onde o vento sopra,
Sonhos dormentes cederam seu espaço,
Pesadelos latentes,
Aparecem de olhos abertos ou fechados.
Responsabilidade se torna heresia,
Quer mesa farta,
Conforto a família.
Deseja mais do que tem,
Consumo que te persegue,
Aprisiona com aquisição de um bem,
Travesseiro ao descanso não te guia.
Te enchem a mente de ansiedade,
Deixando a alma vazia,
O consumo é teu senhor,
E o trabalho te humilha,
Te entorpece com remédios,
E indicam terapia.
Boa vida na prática,
É manual de teorias,
Onde padrões te limitam,
E definem como ser vivida,
Valores são distorcidos,
O preço que determina.
O medo que aprisiona,
Coragem que o deixou,
Vontade foi afogada,
No mar de angústia e horror,
A tua pena foi dada,
Não recorreu,
Aceitou,
Mansidão não arbitrária,
Quase nada a ti sobrou.
Mas enquanto há vida, há tempo,
Mude o rumo a direção,
Se posicione contra o vento,
Lute pela embarcação.
Sempre haverá tormentas,
Enfrente,
Sem objeção,
Quem não encara,
Só lamenta,
E o destino,
É frustração.