Ca Minha

Ando soltando-te num desenredo de palavras, perdendo o seu olhar para o laranja que se mostra no céu ao cair da tarde.

Dou um gole no meu vinho, seco.

Meus dedos contam segredos dolorosos quando escutados, procuro no sem sentido qualquer memória do que não existiu.

Te faço existir em meu corpo, em meus lábios te desfaço quando as palavras escorrem pelo canto e caem em formas de silêncio e se perdem no infinito.

Perpasso por velhos caminhos, precipícios e descaminhos.

Em mim uma sede de saber que nunca será saciada, vou caminhando, estou a procura do meu ritmo.