TEMPO NUBLADO
Hoje, trinta de janeiro de dois mil e oito,
Não vejo o Sol, nem o Céu, vejo nuvens pesadas,
O tempo frio e a chuva prometida,
O verde exuberante enchendo a visão,
Cânticos de pássaros nos arredores,
Sem o artificial que, às vezes, machuca.
É terra! É verde! É frio! É calmaria!
As horas passam, aproximando-se a noite.
Não veio a chuva prometida.
As nuvens voaram para outras paragens,
O Sol despontou e tudo secou.
A Terra gira, levando-me o tempo,
Tirando-me a beleza, a mocidade,
Deixando-me marcas visíveis,
Assim, que nem herança doída.
Batalha – Piauí, Fervedouro, 31 de janeiro de 2008.
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 66).
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