O Xadrez
O mundo te engana,
Te recompensa com agonia,
Te desvia do caminho,
Completa o corpo,
Te faz andar com a mente cheia e alma vazia.
Eu nasci para criar,
Moldar o mundo com as mãos,
Retratar o que vejo,
Mudar as coisas,
Através da minha visão.
Mas eu senhor do caminho,
Me perdi, sigo sem direção,
Me encantei com a luxúria e ganância,
Joguei tudo e o dom dei ao chão.
Me escravizei ao sistema,
Hoje sinto, não tenho função,
Ou sobrevivo a fome,
Sou engrenagem,
Não serve mais, troca,
Enferrujou, substituição.
Aprisionei o meu eu,
Não supro meu próprio ego,
Meu narcisismo morreu,
Eu uso máscara,
Existência, meu próprio flagelo.
E me cerca a doença e a morte,
Vida cobra, por eu não ser forte,
É xadrez, estratégia ou sorte,
Peço ajuda, me guia ao norte,
Sigo fraco, necessito suporte,
Busco a fé, algo que me conforte,
E no jogo eu busco um aporte,
Volta eu! Não me deixe à sorte.