O Xadrez

O mundo te engana,

Te recompensa com agonia,

Te desvia do caminho,

Completa o corpo,

Te faz andar com a mente cheia e alma vazia.

Eu nasci para criar,

Moldar o mundo com as mãos,

Retratar o que vejo,

Mudar as coisas,

Através da minha visão.

Mas eu senhor do caminho,

Me perdi, sigo sem direção,

Me encantei com a luxúria e ganância,

Joguei tudo e o dom dei ao chão.

Me escravizei ao sistema,

Hoje sinto, não tenho função,

Ou sobrevivo a fome,

Sou engrenagem,

Não serve mais, troca,

Enferrujou, substituição.

Aprisionei o meu eu,

Não supro meu próprio ego,

Meu narcisismo morreu,

Eu uso máscara,

Existência, meu próprio flagelo.

E me cerca a doença e a morte,

Vida cobra, por eu não ser forte,

É xadrez, estratégia ou sorte,

Peço ajuda, me guia ao norte,

Sigo fraco, necessito suporte,

Busco a fé, algo que me conforte,

E no jogo eu busco um aporte,

Volta eu! Não me deixe à sorte.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 20/11/2020
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