Samuel no verão

A prima tarde de verão

Clima de praça, algodão

Samuel vende balas na feira

Na avenida bem-vindo, seu João

Samuel também pede comida

Sente fome e anda descalço

Samuel vende agua salgada

De suor, que da testa lhe escorre

Samuel não intende da vida

Quer gozar, prazeres da vida

Tu és culpado

Assim pensa dos turistas

Tu és omisso, sustenta-o

Não me peça informações

moléstia

Não uso tuas marcas, Eu sou a marca

De correntes e fios ao sol

Cortando-me desde que vivo

Quando pequeno, quando grande

De manhã, de tarde, de noite

Não o sentiste desgraçado

Não foi em tuas costas

Burguês

Não era tua mãe,

Nem teus irmãos

Nem tomaram os filhos dos teus braços

para rouba-lo

a dignidade

Aos motins, enjaulados, somos

Amontoados em celas frias

Lavei tuas roupas,

por trocados

Comprei da tua carne

Homem de negócios,

saudável

Veste boas roupas

bem lavadas

Um miserável,

é o que és

Destruindo a humanidade.

Pai da Mata
Enviado por Pai da Mata em 17/11/2020
Código do texto: T7114021
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.