Samuel no verão
A prima tarde de verão
Clima de praça, algodão
Samuel vende balas na feira
Na avenida bem-vindo, seu João
Samuel também pede comida
Sente fome e anda descalço
Samuel vende agua salgada
De suor, que da testa lhe escorre
Samuel não intende da vida
Quer gozar, prazeres da vida
Tu és culpado
Assim pensa dos turistas
Tu és omisso, sustenta-o
Não me peça informações
moléstia
Não uso tuas marcas, Eu sou a marca
De correntes e fios ao sol
Cortando-me desde que vivo
Quando pequeno, quando grande
De manhã, de tarde, de noite
Não o sentiste desgraçado
Não foi em tuas costas
Burguês
Não era tua mãe,
Nem teus irmãos
Nem tomaram os filhos dos teus braços
para rouba-lo
a dignidade
Aos motins, enjaulados, somos
Amontoados em celas frias
Lavei tuas roupas,
por trocados
Comprei da tua carne
Homem de negócios,
saudável
Veste boas roupas
bem lavadas
Um miserável,
é o que és
Destruindo a humanidade.