Que me permite cem mil demônios exorcizar?
Entrementes, beijar a terra entre as mãos?
Carregar o ser que carrego comigo, vital ar?
Sim… A divina poesia me liberta de mundos vãos!

Torna-me nuvem caminhante sem rumo e forma
Libera sozinhância ante ignóbil normalidade.
Cético mundo terreno que, não raro, deforma…
A energia vital. Oxalá, indignação do vate sempre brade

De su’alma poética inconformada por natureza
Triste ou entusiasta, vontade frágil ou de aço
Apercebe-se d’antítese, sentido-a liberta presa.
A poesia é firmamento, repouso ao corpo lasso

Natureza e céu artístico a dispensar desenhista
Nas pinturas humanas e de criaturas humanas…
Pirilampo a clarear o breu da existência ínsita à vista
Do sórdido bestiário de interesses das “pessoas sanas”.

Respeita minha luz, urge denunciar quaisquer trevas
Estás no fundo do poço. Olha, pois, hacia arriba
Verás nuvens e estrelas… Pensamentos elevas…
Não sejas tu surdo e cego muro, sê além de vão escriba.

Ite, missa est… Suporta dignamente qualquer como
Os muros são surdos, sim, mas pela sagrada poesia
A vida é tanto mais que circunstancial assomo:
Fantástico imaginário, perfume de Deus, melodia!

 
Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 02/11/2020
Código do texto: T7102378
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