O VELHO E O MAR.
Quis o destino que nossas vidas se encontrassem
Em oceano aberto e de plena calmaria,
Quando me dei conta estava naufragando,
No mar dos seus braços, tempestade à luz do dia.
Nos vendavais durante muitas jornadas,
Fostes meu leme, minha bússola, meu farol,
Enquanto a terra ao longe desaparecia,
Seus olhos brilhavam na minha noite como sol.
Nossa jangada construída com carinho
Foi doce ninho nas ondas desse seu mar,
Longe das amarras, dos abutres e dos espinhos
Seguimos o rumo que a vida quis nos dar.
Hoje bem perto de um porto seguro,
Em meio a vendavais nosso barco avariou,
Quase sem forças, mas com esperança e bravura,
Não deixarei em deriva nossa jangada do amor.
Sempre fostes livre pra seguir teu destino
nas turvas águas que a vida nos levou
Mas se agora quiseres abandonar esse barco
É a vida que segue pois ele não afundou.
Enquanto isso como todo bom timoneiro
Tenho certeza que a tormenta irá passar.
Chegando ao cais quero ver na noite estrelas,
Para não sentir sua falta, como marinheiro do mar.