VIAJANTE
Eu, o viajante
Me declaro sem pátria
Me considero sem teto
Me entitulo sem apego
Porque eu, o viajante
Entendi que viver é partida
Neste parto constante
Deste útero que é a vida.
Eu, o viajante
trago tudo na mochila
Troquei saltos pelas botas
Uma barraca dobrável
Para percorrer a grande trilha
Suspensa entre o nascer
E o depois de mais um dia.
Eu, o viajante
Tenho uma família andarilha
Reconhecida nestes rostos
Encontrados pelas vindas e idas
Desta Terra não tão gigante
Que neste vasto universo
É tão somente mais uma ilha.