Pânico

de repente a perspectiva some
aquela linha tão fina, tão delineada
pendura-se como um varal caído
os olhos arregalam-se
um arrepio se faz sentir
na raiz dos cabelos
é como estar nua em uma noite fria
no meio de uma avenida
desviando-se dos carros
(nada mais que pensamentos)
depois os passos endurecidos
a visão do nada, num horizonte cinza
aquele medo irracional
que se alastra como fogo vivo
em uma poça de álcool
e sobe sem controle
queimando a pele dos sentidos
o frio da gélido da alma, em puro contraste
tenta desesperadamente apagar
o labaredas do pânico
que crescem...crescem... gigantescas
o suor frio a molhar a testa
e em fração de segundos...uma visão trincada
no espelho horrendo do futuro
uma verdadeira catástrofe da alma
e neste exato momento
(mais parece uma vida)
ninguém pode nos socorrer
tudo depende de nós
a quase impossível capacidade de sair
desse corredor escuro
com esse sufoco na garganta
com aquele velho gosto na boca
de palha seca
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 02/10/2020
Reeditado em 14/07/2021
Código do texto: T7078074
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