Escritora


Se algo que eu preciso fazer, que seja escrever.
Há mais vontade que talento. Talvez deva rever.
Por hora, sigo reformando, acrescentando, sem querer.
As vezes pinço muitas palavras, mas nem consigo ler.
Nelas tem muito vazio do mundo e muito caos pra conter.
As linhas e bordas parecem muito frágeis a saber.
Apresenta-se indefinido, amorfo, não posso prever.
Rompendo, rasgando, rangendo... parece crescer.
Queria protegido, mas imaculado não dá pra ser.
Varia, se mistura, se confunde e tenta vencer.
Nessa sanha vai, vem... vou tentando entender.
Me agonia e me serena. Esvazia e também provê.
Com tanta inconstância, duvido, mas preciso crer.
É sempre a mesma roda que se inicia ao sol nascer
Com alguma criatividade, talvez seja factível ser.
Exalando impaciência, pretendo esperar pra ver...