Amor próprio
O mesmo corpo que devoro pela manhã, rechaço ao anoitecer.
Minhas carnes de seda amanhecem feiticeiras, mas adormecem áridas e infladas, sem encanto.
Despida. Desnuda.
Tão fogo. Tão água.
Tão aurora boreal.
É rara, é coisa cara.
O cheiro das gotas
E o gosto das horas.
Gostosa. Suplicas!
Não cedo a caprichos inócuos.
Mereço amor, menos o próprio.