A BAILAR COM SENTIMENTOS
Em prazerosa lida
Abri espaço em minha mente
Edifiquei em madeira de lei amplo e arejado salão
Convidei os mais nobres sentimentos a bailar
Felizes de pronto aceitaram singelo convite
Fiz um galanteio e me veio sorridente a empatia
Tomei-a em meus braços,expus minhas agruras
Pacientemente ouvia-me sem a tirania da interrupção
Projetou-se sobre a minha minha realidade
Aconselhou-me e sorridente ofertou alento a minha vida
Aproximou-se em passos cadenciados
A sempre benfazeja gratidão
Tocou a minha face em carinhoso beijo
Dizendo estar feliz por ser grato ao meu sopro de vida
Desculpei-me por meus deslizes
Sorriu-me cúmplice e resoluta afastou-se
Me veio a sempre solícita amizade
E sem volteios estendeu-me a mão
Guiava-me sem rodeios!
Exígua em palavras, prolixa em ações
Entregou-me ao próximo par
Porém, sem perder-me de sua vista
Tocou-me o ombro a sempre discreta humildade
Lembrou-me em tom sereno e firme
Não és mais que vírgula
Em todo plano da existencialidade
Sem mais a dizer, de semblante baixo se foi...
Olhei a volta e percebi estupefato
A ausência do sentir sal da terra
Entre lágrimas, clamei pelo amor
De súbito rompeu-se o silêncio
Amorosa voz interpelou-me
Bailas-te com os melhores pares
E ainda sim não reconheceste a minha face?
Venha! Tome de minha mão
Enquanto comigo estiveres
Serei em ti o renascer de eterna primavera
Cultivarei como jardineiro fiel que sou
As mais belas e perfumosas flores em teu coração.