Prometeu?

Amarga alma noturna,

Que dorme sobre as nuvens do céu,

Estrelas cadentes soturnas,

Que descrevem as mórbidas letras nesse falido papel,

Embora dito o soneto,

Teu amor eterno eu sonego,

Para que eu não me entregue por inteiro,

E de minhas asas eu tire o sossego.

Eu sou a Valquíria perdida,

Dentre os papiros de teu coração,

Que como alado ferida,

Transmuto mais que a razão.

Com base na tua retórica,

Eu não refuto as perguntas,

Porque a única história,

Será quando serei tua.

Acaso não esteja disposto,

Não me faça mais nenhuma poesia,

Porque olhar para o teu rosto,

É martírio que agonia...

E como castigo de Prometeu,

Tua partida dilacera meu coração,

Nunca fui boa em dizer adeus,

Mas das estrelas, sou a própria solidão.

Voltas pra mim?

Como sol que nasce pela manhã...

Não precisa ser assim...

Não se envenene com está maçã...

Do paraíso eu sou tua Eva,

Mas não queres ser meu Adão,

E as coisas que de mim a maré leva,

São como teus "sins", são sempre "nãos"

— Promete que fica?

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 08/09/2020
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