Albergues
Essas mulheres de albergues
Que se guardam e se protegem
Viajam dentro de suas paredes
Abrigam seus segredos nas gavetas
Dos móveis e recantos
De cada canto e recanto
Dão pensão, alimento e alento
Para quem seus corações abrigam
Delicados e abrigados
Vez por outra, abrem as janelas
A vida passa ligeira, lá fora
Rápida e tão insensível
Não aceita o convite delicado e obsceno
Dessas mulheres que acenam
Apenas para os segredos
Das suas gavetas fechadas