Estradas
A vida que era vivida
Em doce compasso de valsa
Tornou-se sobrevivência
E nesta estranha demência
Ninguém contempla a viagem
Tampouco olha as estrelas.
Desatinada carreira
No rumo da sepultura.
Sobre o rastro do andante
Tornaram perto o distante
Num negro manto de morte.
Sobre a mãe terra sufocada
Nenhuma flor desabrocha.
Antes do fim da estrada
A vida chega ao final.
E antes que o sangue seque
Antes que a lágrima evapore
Tudo se torna esquecido.
Como se valesse a pena
Morrer sem ter vivido.
Acioly Netto - www.guiadiscover.com