O estudante
Há quanto tempo este ser,
Não volta para o seu mundo,
Aquele bem longe do submundo,
Onde não se toca, se vê.
Talvez a realidade tenha o levado,
Para longe dos seus entes queridos,
Para as más influências e o mal difundido.
Ou simplesmente deixado de lado.
Como em um sono profundo,
Ruelas estreitas dividem seus pensamentos.
Hipnotizado, adormece como um defunto,
Esquenta um enlatado e o põe goela abaixo.
Em uma escrivaninha,
Com listas e mais listas,
Este lê e escreve, nada mais.
Na última folha de papel, ele acorda.
“Mas será que estou mesmo acordado?”
Questiona consigo mesmo o fato,
Na pia do banheiro, uma fonte d'água,
Molhando seu rosto inchado.
Logo, ele sente seu nariz encher-se,
Como se alguma força o afogasse,
Nenhuma palavra, só silêncio.
Ele levanta sua cabeça sem desesperar-se.
Sua mente, um receptáculo de memórias
Olhando as águas escorrendo do rosto,
Aquele intenso frescor, mas sem balbúcias.
Este ser, poderia ser mais um
Como tantos outros seres,
Todavia, seu gosto do saber
Diferencia-o de qualquer um.