DESLUMBRES
Envolvi-me nos esplendores da vida,
nas luzes que migraram do Oriente
no deserto frio da madrugada esculpida,
por um céu de novembro, azul reluzente.
Deleitei-me com uma empatia secreta
pela natureza de lindos céus noturnos,
por uma canção que me fez sentir liberta,
para sonhar e desprezar aquele dia soturno.
Apaixonei-me por tardes de inverno,
inundadas de relâmpagos e chuva fina,
com rosas fechadas e vento soprando eterno
nos intermináveis poentes, com lividez divina.
Encantei-me com o amor que tocou-me ardente
por noites e dias num misterioso entorpecer
nas juras impregnadas de sentir crescente,
em momentos frementes num enfático reviver.