PANDEMIA
A caixa já não toca mais
A bailarina ficou imóvel na sua posição
Está escuro e não há brilho
A caixa já não emite som...
A doce música, outrora em solfejo
Tornou-se o mudo som das horas amaldiçoadas
Sem contato com o mundo ... meu pejo...
Num distanciamento social,
Não mais brinquedos nas calçadas...
Sem gritos, algazarra e correrias...
Sem bola, sem brinquedo ou boas anarquias...
O mundo agora é silencio e escuro
Um agouro com um gosto de morte, um medo puro...
Não mais há, sequer um mísero sopro de vida
E no silêncio, só a lembrança do passado
Amarelado numa página nem tão antiga
Da memoria que outrora colorida
Nos faz ser herói às escondidas
Preso, com medo de medidas, controlado...
pqn