DEBAIXO DA ESCADA
Será que é o ano do azar?
Primeiro de abril eterno.
Abriram a porta do inferno,
Só nos resta esperar.
O que podemos acreditar?
Esse é o ano da mentira
Só nos falta o curupira
Ninguém sabe o que falar
A bruxa está a rodear
Vem abraçada em lorotas,
Aqui, Judas perdeu as botas
Voltou para buscar.
Caiu sal no chão?
A ferradura caiu?
O gato preto fugiu?
Ou só superstição.
A figa quebrou
Cruze os dedos
Aumenta os segredos
O jogo virou.
Onde está a sanidade?
Quem nos está roubando?
O tempo está expirando?
Aumenta a ansiedade.
Remédios e placebo
Tentamos de tudo
A máscara é escudo
Nada tira o medo.
Gafanhotos e vendavais
Covid ou Corona
A morte pedindo carona
Em todas as classes sociais.
Ápice com alagamentos
Frente aos olhos, vidas
Conquistas perdidas
Sobram os fragmentos.
Distanciamento e saudade
O desespero aparece
O planeta entristece
Sem saber o que é verdade.
O mau veio atazanar
Sabe da vulnerabilidade,
Independente de qual cidade
Esse é o ano do azar.