Talvez...
Talvez eu seja um corpo impuro com um coração bondoso
Em um sistema de consumo visceral
Talvez eu seja um coração ferido dentro de um corpo leproso
Buscando humanidade em um mundo animal.
Talvez eu de fato não tenha nada alem do que eu tenho
Que para mim é o amor que mantém vivo o meu amor
Talvez outras opções sejam dentro de mim um sonho
O que eu tenho porem, se dá pela magnitude do que eu sou.
Talvez pensem que me limito por medo de perder
Pois para o matemático um mais um sempre será igual a dois
Talvez o que pensam esteja certo
Afinal, o predador sempre ver qualquer carne como uma presa.
Talvez eu tenha escolhido a fuga para não encarar a realidade
Precipitando-me em dores para deixar de sentir a dor
Talvez eu tenha escolhido fazer escolhas de ovelhas
Lançando-me ao caos de minhas tempestades internas.
Talvez o amor que diz humanizar macacos civilizados
Seja a arma para desarmar seres plenos em sua ferocidade
Talvez o amor seja o tempero que alimenta a carne
De humanos que se fartam com o sangue de um sonho de liberdade.
Talvez eu nem exista e tudo isso não passe de um projeto
Para entretenimento de seres que se dizem mais evoluídos
Talvez essas palavras nem sejam minhas
E você que me lê talvez compartilhe da mesma programação.