Ausência, aromas e disritimia

Todas ás vezes que se afasta

O cheiro do Jenipapo assombra-me

O silêncio falastrão

Joga aos meus pés as chaves

De todos os cadeados

Cada batida cardíaca

Abre alternadamente meus olhos

A pele arrepiada fita-me

Exigindo atitude

A imobilidade rouba-me a voz

O único movimento possível

É levar as mãos ao rosto

Que rasteja-se incansavelmente

Amparando as lágrimas

Para não apodrecer na minha boca

Espero que o teu retorno salve-me

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 18/08/2020
Código do texto: T7039190
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