ROMÂNTICA
(Por Érica Cinara Santos)
Já me vi sem pele
Sem rosto
quando deixei partir o gosto
De sentir
Por um tempo
Calei a voz do romance
Não lhe dei nenhuma chance
Não o deixei fluir
Mas quem eu sou
Se não esta que arde?
Que ama Vinícius, Neruda?
Que se desnuda
Ante a brasa dos poemas de amor?
Quem eu sou
Se não esta que canta Vercilo?
Que queima sob a voz de Bethânia?
Que sabe e acompanha
E suspira?
Não, não me encaixo no vazio
No silêncio frio
Na distância
A minha dança
Tem toque e presença
Tem abrigo
Tem sussurro e arrepio
E o escuro?
Só com as velas sobre a mesa
Porque a leveza
É a minha alma
E o romantismo fala muito sobre mim.