Mãos azuis

As muitas mãos azuis

Do antigo deus

São tantas

Para que haja

O amor, a guerra,

O fogo, o gelo

A cidade e Cristo no Deserto

As ninharias e o voo da criança

Até quando forem visíveis

As mãos azuis servem a mesa

Fartura, miséria,

Lágrimas, rios generosos

Cores, segunda-feiras

Bocas tristes, constelações

A música e o míssil

Tudo é tua vida.

Equilibra-te

Desça ao inferno

Com cânticos

( Gerados por tua hemorragia)

De enternecer demônios

Resgata a namorada

Pensa no futuro

Sirva à vida

Até o momento

Em que as mãos azuis

Teu fim decidirem.

O azul definitivo

Lar de todos nós.