A PROCURA
Os tentáculos da modernidade fútil esgarçam as asas se
retroalimentando das fraquezas úteis que vão aderindo nos desvãos
das portas que abrem, florindo a trilha do desejo por onde a febre neurótica das aparências trafega, distribuindo as senhas do consumo na fila infértil da beleza fugaz, espalhando o vírus que escraviza a saúde física e mental na busca do modelo ideal.
Implantaram a ditadura da procura com seu exército de estetas contagiando as camadas mórbidas que padecem nas salas escuras de suas carências, projetaram os holofotes nas vitrines belas das telas visíveis dos interesses.
Esterilizam convívio, intoxicam pensamentos, harmonizam superficialidades,
ditam normas de comportamento, priorizam os princípios gerais,
artificializam o tecido natural do bem estar social.