Rio nos olhos
As vezes sou água de rio,
Que nasce alto, mas desagua pra encontrar o chão
E chão é lar, porque dá pra sentir a terra
Mas as vezes eu sou a terra
E terra não aguenta o mundo nas costas
Terra cede, desmorona
E vira pó
E pó é poesia morta
É poesia não escrita
É aquela dor que fica ali no canto do peito, sabe?
Difícil de limpar...
É dor que sobe pra garganta
Passa pela boca
E só encontra saída pelos olhos
Ai eu viro rio de novo
Transbordo... transbordo... transbordo
E viro enchente
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