O preço da boemia
Do fumo nos dias despreocupados, com bebida à vontade, a festividade de uma noite faz caber no peito a alegria de toda uma vida;
Pois a noite que parecia ser infinita, acompanhava o passo dos artistas, que esqueciam-se da realidade enquanto se entretinham.
Contudo, vagando sem pudor noite após noite, gozando de tantos prazeres, até mesmo a alegria se torna uma carga...
Uma bagagem pesada, puxada por arrependimentos, alimentada por vícios.
No fim não pela vontade mas por necessidade, prosseguem os nômades da boemia de volta a seus lares.
A bebida antes doce, agora amarga! O som antes agradável, agora é melancólico. O fumo antes prazeroso, agora engasga.
Que sobrou dos boêmios que partiram tanto tempo atrás? Sobrou a lembrança do que se acabou. Os que voltaram não são os mesmos, são sombras do passado, vítimas da juventude.