PELAS RUAS QUE ANDEI - Dos Incas Aos Astecas
1
No circular da tarde pela cidade morei na filosofia
Exalou o cheiro cru e inebriou alma e tez
Cegueira com lábios secos
Ativou de ímpeto as partículas do meu corpo
Despercebo e dissimulo possíveis concretas eretas partículas do meu corpo
40º graus a torrar na rua nua
Túrbido a torrar no ensejo
Toque grosso de tremer perna
Flor da idade vitalmente voando alto
Eu que já sei quero ensinar e aprender
( Brasil, verão 2020)
2
Queimando a sativa
Compartilhando saliva
Com olhos verdes que me veem
Meu corpo é a prova que faz bem
Lícito ou ilícito
Aos céus tanto faz
Estrelas megaton lítico
Estralas os dedos e meus medos
Corres e cores
Ventos e tatuagens
Peitos e cílios
Incitam minhas coragens
Cabelo rosa e querendo billie
Eu queria two feet
Sapatenis escrevendo e fugindo pro exilio no chile
Tatuagem na pele da mulher é sútil
Amaciou minhas pernas
Sentindo a cada camada
Camarada da esquerda te deixei acamada
Freira com olhar de malandra
Que me chama atenção
Me faz tesão
Papo de política e astrologia
Um explica ao outro
Cabelo multicor solto ao vento
Viagem sem lamento
( mexico, 2019)
3
Comentário acerca de Paul
Paul sente na ferida viva de seu sonho a agressividade do mundo
( HOW DARE YOU?)
Paul me aconselhou no sonho da musica, deixa estar
Mas como?
Pessoas na rua choram pelo estomago e com suas tezes camufladas escama
E há barriga cheia que não agradece
Eu sei, paul, há uma luz que brilha quando esta no breu
Brilha em mim e em ti
O som ecoa: deixa ir
No frio ou no calor
Mae maria olha pelos que precisam
Com compaixão
E lagrimas causadas pelo da humanidade
Paul, hoje tu deixastes estar?
As palavras de sabedoria da mãe maria me envolveram numa redoma de sobriedade
Ainda há luz que brilha até de manhã
Eu durmo com o som da música
Sabedoria de mãe maria
De paul
(Londres, 2020)
4
No leito seu peito direito a me olhar
Seus lábios e cabelos vermelhos só pude notar
No meu espectro espírito sem fingir
E fisicamente atônito a ver seu gemido sem mentir
Podes dizer que não me amas
Pouco me importa o entendimento do prazer
Poupo nossas mentes dos pensamentos atrozes ferozes
Ponho-te meu corpo a lazer
Teu ventre se fez meu naquele átimo
Encaixe do meu rosto
Mesmo com o astro oposto
Poros íntimos
A felicidade que eu sonhei existe na práxis da existência
Num sonho que não lembro mais
Fugiu da a realidade sem cadência
Sentindo a plenitude de momento cais
Cabal de atenção e amor
Fraterno materno por segundo eterno
Enquanto não me foge tal sentir
Curto a lombra suntuosa do devir humano
Vejo a luz cidade e a saudade
Sinto a cidade no peito aberto de reciprocidade
Aprendendo com humildade o deslumbrar e os sentidos
Liberdade sem gemidos
Peito farto de quimera afetuosa
E realizações egocêntricas vaidosas desvirtuadas
Mas que dopam com heroína pura o coração
Inundando de vislumbrares e planos
Reencontro aos meus afeição
Sanidade da temporária separação
Silenciosa e branda nas semanas em anos
Esquecendo pesadelos reais levianos insanos
Acordando em alerta a felicidade sondada
Para assim começar no peito e nariz
A sina começada
Sempre é a distância que aproxima
(Paris, 2020)
5
Perdido me acho ao me perder novamente
A sina segue sábia nem sempre sóbria
O medo bate como blue ice e vai como o sol que já nasce
Caminho longo e frio sob mar traz plenitude
O vendo invade o olhar e satiriza o sangrar
A beleza da paulista excluída me cativou
Abriu e me soltou
Ânsia de caminhar sem rumo
De pensar no prumo
Aos som dos ídolos
6
Abro a janela pra fumar malboro
O vento do inverno me corta com prazer
Em sinestesia meu elo está verão e minha carne inverno
Os rapazes beijam
Os transeuntes sorriem
A paz possível para que vejam
A velha sem pompa me acena com os cílios
E o cachorro adestrado sem coleira me lança a pata
Mães com suas crias
Amores com seus amantes
Eu com brasílicas emoções
Liberdade temperada longe das correntes tropicais
Saudade com onipresença
Quero os meus perto
Mas gosto intrepidamente do longe
Abstraio-me de certos e errados
Quanta coisa estou a ver
E quanta coisa quis pra sempre deixar de ler
A felicidade é um momento
Há de se libertar nem que por um dia
( Madrid )
7
Ando por aí com medo de não ter medo
Entendendo meus sentimentos tal qual a língua forasteira
Hoje vou acordar cedo
Sem aflições ansiolíticas de esperas
Estou sem amarras
Estou grato
Gato
Criando meu ato
Para retornar;
Novo, outro, lá na frente
Aqui na frente avante aliviado
Sem nudes rudes
Sem anseios que mudes
Blefe
Não sou adepto a de outrem a mudança
Se esta, drástica for haverá lembranças boas cortantes
Ruins afáveis
Nem que eventualmente
(Madrid)
8
Rostos rotos
Risos de suntuosidade
Dourado no mármore e na cabeça
Fagulhas de caricias em normalidade
Meu olho corre para que cresça
Experiencia fria boa
Cigarro, flerte e nudes
Selfies, cabelos não mudes
Pensamento cai, viaja e voa
Paixão de verão no inverno
Céu no inferno
Modo diferente áspero suave de me cativar
Tensão continental de aliviar
9
Verti a esperança viva da jovem à rua
Senti sua leveza e certeza
E tristeza também
Vi sua alma nua
Cabelos ouro e castelos urbanos
Vidas entre tantas que vejo como decanos
Lembrando dos que são seus opostos
Os que diserto na mente com olhar incerto
10
Madrugada liturgia da insônia
Cânon do poeta
Tufão violento de pensamentos e lembranças
Paraíso e babilônia
Despertar cedo encerrar tarde
Dom ou necessidade
Saudade ávida com possível prolongar
O coração com gelo arde
De feelings e emoções
Nudes e decepções
Tudo larguei pelo atlântico
Afundou-se no breu abissal, longe de mim
Eu Inicio o fim e recomeço com loa e cântico
A tristeza e a felicidade não têm fim
Avenida paralela dentro da alma
Plenitude e calma, atitude xalma
Braço e peito aberto pra vida
Papo e som pela noite
Sotaques e vozes
Sorrisos e aproximações
Crescentes considerações
Viver a partilha boa da vida
Finitude
Feitos anos de tempo. Feitos anos de dias
Feitos planos templo. Finda festa e agonias.