MATIZES DE VIDA
Havia
Uma hera envolvendo as grades brancas da janela
Por entre as suas folhas vislumbrava pequenos quadros
Translúcidas matizes de vida
Nuances dos dias que se seguiam...
Ao centro do quintal frondosa amendoeira
Encostado em seu tronco, pequeno trono
Para ali sentar e simplesmente sonhar
Durante o sonho contemplava um pequeno roseiral
Onde de quando em vez, suave brisa
As convidava a bailar...
Os meus olhos festejam a simplicidade do belo
Percebia serem as minhas retinas, pétalas multicores
Jaqueira, cana de açúcar, goiabeira
Em um canto esquecido tímida romãzeira
Por companhia um cão bravio e companheiro
Que me lançava olhares de interrogação
Por eu simplesmente sorrir
Um céu, um paraíso
Edificado para o exclusivo de minha alma
Só restava-me ser feliz
E, eu o era.