Shikamaru

Eu queria ser uma nuvem

Queria me precipitar em águas claras

Lavar o sal do rosto ao tocar a pele

E disfarçar o sofrimento dos angustiados

Eu queria matar a sede da terra seca

Tornar-se gélido como o sereno da noite

Acariciar as folhas ao amanhecer

E esverdear o solo cru e infértil da alma sofrida

Ser leve como a neblina que cega

Cega quem compartilha o ódio

E destrói a si mesmo

Acalmando em contra partida, a vista do desesperado

Não me misturo com o óleo

E assim me faço válido

Estaria assim, sempre à deriva, à mercê de ventos alísios

Sofrendo constantes metamorfoses

Um ciclo infindo de várias partes, dentre elas: tempestade

Em mim não existiria medo, cair em um dia significaria voltar ao topo

Se em mim estou insatisfeito

O quê me custa sonhar um pouco?