Um Velho Menino Feliz
Força menina?
Mola que a força finda.
Expandida não mais se contrai,
Não vai a frente,
Nem volta atrás.
Toalha de crivo ou renda?
Pano que encobre,
Uma velha fenda,
Do nosso amigo fogão a lenha.
Café coando,
Cuscuz à mesa,
Ovos mexidos,
Quentes,
Derrete qualquer manteiga.
Trato para galinhas e frangos,
Pasto para o gado,
Do leite que a vaca produz,
Tornará um delicioso queijo coalho.
As espigas que o milharal dá,
Saboroso angu vai virar,
Mandioca que o peão consome,
Farinha para matar a fome dos homens.
Pé de laranja,
Pé de manga,
Pé de figo, figueira,
Pé de abacate,
Pé de limão,
Pé de moleque, molequeira?
Menino que sobe em todas as árvores,
Corre em qualquer direção,
Menino da roça, criado no mato,
Que de velho ainda corre,
Em minha ilusão.
Menina,
Como a mola, assim está minha mente,
Nem para trás, nem para frente,
Estacionou no passado,
Não que saber do futuro,
Nega totalmente o presente,
Perdido? Louco? Ausente?
Não sei, mas desta forma,
Depois de velho,
Feliz me considero novamente.