Cor'alma

Hoje não tem conversa com Deus,

Tampouco reviravolta divina,

É apenas uma reflexão aos seus,

De minha Aeterna serotonina.

Sobre a estrada até este momento,

Descalço no cimento,

De todas as vezes que morri e recusei,

Mil maneiras que pereci, mas continuei.

Trilho porventura destra mortal,

Orquestra humana de corpo e aval,

Quem construí das conquistas que exala,

Sois imortal pela cor de minh’alma marsala.

Quantas vezes ei de pensar no coração cansado,

Estridente para parar, sentir-se acabado,

Mas todavia permanecia pulsante,

Sonho eterno e eterno aspirante.

Todas as vezes que decaí em joelhos ao chão,

Me sentia pronto para a perdição,

Que de tem trilha em cor carmim,

Poderia quando chegar meu novo fim?

De toda tempestade magenta,

Quantas vezes de nuvens sangrentas?

Puras formas de bordô,

Ser imortal é sentir amor?

Ser imortal é sentir dor?

Quebra, rasga, trinca,

Escarnece, bate, finca,

Deveis ser e prevalecer,

Não sete vezes sete,

Mas trinta vezes trinta.

Olhos ao tom cereja,

Vontade que peca mas não pestaneja,

Essa é a vida de cor vermelha,

A mácula de toda centelha.

Promessas feitas em lábios rubi,

Por toda mentira e verdade que descobri,

Temos que deixar ir,

Subi, Subir, sabe ir.

Essa vida tão alcalina,

Da tão tardar saudade,

Sem nenhuma piedade,

Viuvado em alizarina.

Mas perspicaz e atroz,

Como o vermelho violeta,

Traz felicidade em silhueta,

No monstro que caminha feroz.

Mas de paixão,

No rosto corado,

É mais da vida o vermelhão,

De um ser enciumado.

Insuficiente são os vermelhos do amor,

Que tragam sentimentos e calor,

Pois necessitam de certo temor,

Dentro da aurora e arco-íris da existência.

Alfajor sente-se meu coração,

Por primazia ter vivido alegre,

Imortal seria e caminhando dizendo,

Que é ser imortal de corpo e morto por dentro.

De tal forma, sempre entreguei minha imortalidade,

Sacrifício eterno a toda a minha saudade,

Toda vez que matei ou deixei morrer,

Parte de meu mundo que constitui meu ser.

Fazes vem e vão, de toda primavera,

De pouco,

Louco,

Vem sempre o inverno eterno.

O mundo sangria,

Que de tola alegria,

A mercê de todos vós,

Entregues a toda voz.

Bom grado toda perseverança,

Imbuído de esperança,

É qualquer olhar para trás,

Mas não voltar nunca mais.

Ando confidente por essa trilha inacabável,

Por sentimento inabalável,

Que em toda minha vida imortal,

Morrerei no final.

Mas calma, paciência,

Viver e morrer são sínteses da mesma ciência,

De segredos a serem revelados,

Pilares a serem lapidados.

Um dia, será a última poesia e não saberás,

Não terá, pela última vez, como olhar para trás,

Desta vida, mentiras de Barrabás,

São linhas e milhas do ademais.

Nada de vidas apressadas,

De vivências desperdiçadas,

Dores inacabadas,

Ad eternum caminhar que deixará pegadas.

Da cor dos recifes de coral,

Cor’alma de toda minha potência,

Vivenciado e apaixonado em essencial,

A cor da minha alma sempre foi aparente o vermelho Cardeal,

Mas o tom desse coração, nunca será feito igual.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 10/06/2020
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T6972943
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